quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Si

Decorreu então que ele vivia mais, que ele procurava estar mais próximo de si. Já nem dependia dos outros para sorrir, apenas ria sozinho na sua varanda com um cigarrinho aceso com a fumaça a pairar, só pensava em tentar ser feliz e como aqueles malditos vícios largar. Era cinismo da parte dele dizer que não gostava de se matar aos poucos, mas aquilo já não pertencia mais a ele.
Depois de tantas vezes nunca entender como a vida seguia seu fluxo, procurou tentar encontrar seu próprio fluxo dentro de si mesmo. Procurou encontrar em seu caráter um jeito de se aproximar do que ele mais queria ser.
Uns sonhos aqui, outros ali, mas nada formado, uma incógnita a ser resolvida ainda. Mas de passos rasos e ele descobriu que devagar se vai, mas sem desviar. Uma via de mão unica sem volta, com uma vida de alegria que ninguém conseguiria determinar, algo completo mas que para os outros é uniforme.
Sendo egoísta consigo mesmo ele aprendeu que as vezes pensar em si é primordial para se seguir em frente. Andava por ai vagando e se cansou de andar em círculos e procurou uma direção, não foi nem sul nem norte foi seu coração.  Que o levou para o mais alto monte da sua mente, e abriu o rio de memorias que só se banha quem tem coragem de enfrentar seus demônios.
Se jogou lá no fundo, e dentro de uma concha encontrou, seus tesouros, seus bons momentos, no meio de todo aquele terror, ainda existia perdido lá no fundo o amor. Amor próprio vos digo e assim se sucedeu que no dias seguintes estava mais forte e bem consigo.
De acordo com certos filósofos pensar é a dadiva da duvida e com o uso do bom senso imposto por seus valores, começou a agir de acordo com o que pensava e viver como sempre desejara.
Mas havia metas a traçar, estantes a tirar a poeira e organizar, havia abandonado a tanto tempo aquela parte de sua mente que foi como se nunca tivesse estado lá.
Parecia difícil mas quando oscilava repetia consigo todos os instantes, Força! a correnteza é forte, mas não vou me afogar.