quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Intervenção

Por hora quero lhes contar.
Nasci em Venda Nova, Minas Gerais, mas sou mesmo é crescido em São Paulo.
Paulista do centro, dos trens lotados, ônibus apertados e da paciência que é uma dadiva.
Creio que nesta cidade impera o caos.
Uns poucos sabem se achar, e outros muitos querem mesmo é fazer os outros se perderem
Consegui duas entradas pra ver futebol.
A cerveja é da boa, geladinha, mas meu time perdeu.
Correndo vou todos os dias pro trabalho, me visto e me armo contra tudo e todos que entram na frente.
Me acabo nos cantos e janelas, presenteado é quem dorme antes de um dia de labuta.
Se chega atrasado a mesma ladainha: 
- Quero ver se o salario atrasa, reclama na hora.
Cheio de cinismo está meu supervisor só por reclamações de meu salario a não cair.
E convenhamos que sem cigarro não tem trabalho.
Quando o dia acaba quero mesmo é dormir, de pé, na janela, me escorando em tudo e todos e as vezes nem mesmo se segurando. Só se deixando embalar na salsa paulista diária.
Desprovido de tempo, uma coxinha é cinema.
Se tenho algo a fazer é em casa deitado apenas esperando o dia raiar para minha intervenção em São Paulo continuar a fazer.

Diurno

Sacrificou-se, foi imune a todos os males do mundo, mostrou para eles como se fazia e assim se fez.
Sem sentir nada, apenas seguindo os passos de seu destino.
O destino caprichou no desdém de sua morte, humilhou seu passado, mas ali estava para exaltar seu futuro. 
Coube a mim decidir, quando, onde, hora e quem estaria ali.
Assisti tudo, foi testemunha da brutalidade.
A quem disse que os males eram o maior mal da humanidade não sabem o poder que tem o ego e a língua incontrolável do homem.
Assassino impiedoso, aproveitador barato de oportunidades, criado para sentir igual eu sinto.
Mas parece que o difícil para eles é impossível e plenos passos são uma caminhada de ganhos, apenas ganhos.
A ralé desce até os esgotos e prefere dormir e ficar ali invisível do mundo, ao invés de lutar pelo que sempre lhe proporcionei.
Eles o feriram, ele caiu, chorou e disse: 
 - Pai, perdoa-lhes pois não sabem o que fazem.
Meu peito ardeu, gostaria de intervir na hora, queria e ainda assim não fiz.
Porque eu sou o que sou e assim ei de ser.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Saturno na Lua

Se agora já sinto mais falta de mim mesmo do que das memórias, posso descansar em paz no meu sofá. Correndo pela rua fui hoje buscar pães com um cigarro na mão e várias idéias surgindo na cabeça.
Deu-me na cabeça de escrever, não sei porque não saia nada no papel que não fossem as malditas memórias, as letras se embaralhavam e surgia nomes, momentos, sentimentos, e fui me como sempre, lá, ficar o dia inteiro emburrado.
Mas hoje não fiquei, abri os olhos e vi o mundo me abraçar de idéias, correr em mim, fluir como um vento quente. Foi quando lembrei de musicas inacabadas, fotos a serem reveladas, desenhos a saírem do esbouço.
Terminei meu dia, comprei um baseado, fumei e olhei para o céu, meio embaçado, mas lá estava Saturno na Lua, sentir aquele momento sozinho foi sombrio. Mas revigorante, nada como um banho de luar para esfriar os ossos e aquecer o coração abandonado.
Acendi meu cigarro e vi tudo estranho, vi minha própria mente me enganar. Ou me deixei enganar, não entendo minha mente.
Foi em um bocejo imenso que cai num mar de sono e nostalgias, melhor era ter ido para casa. Mas fiquei e contemplei a lua por mais dez minutos. Saturno estava esplendido aquele Crepúsculo.

Vênus na Lua

Tava de tarde sabe, aqueles dias que o sol raia mas os ventos são gelados!
Estava assim na cidade de Nova York, era um domingo qualquer.
Se jogou no chão e olhou para o céu, estava lindo, estava limpo. Observou por mais uns segundos até olhar para o lado, e ver do lado uma garota ruiva de olhos claros, o vento batendo em seu rosto realçava os traços finos de seu rosto claro como o luar.
Não havia notado a lua aquela noite, mas ao pensar nisso, quase como um reflexo viu, ela lá, somente 1/3 da lua com tons alaranjados de fim de tarde, e logo embaixo uma estrela, não uma estrela era Vênus.
Seu nariz coçou e ele riu consigo, provavelmente era o local que queria estar, pelo menos naquele momento.
Sempre caçoara de tudo e todos, mas quando a vida o pegava para brincar, não era lá coisas de se pensar.
 - Hey...
- Pietro?...

Voltou sua atenção para ela e no mesmo instante comparou o momento com a beleza do cosmo, Pietro caminhou pelo menos dois quarteirões e a levou para uma Bomboniere na City Avenue, perguntando a si mesmo se era uma boa ideia estar por estas horas na rua.
O sabor e aroma dos doces era agradável aos olhos e ao estomago.
- Uma torta por favor.

Era prazeroso comer um doce depois de um dia tão agitado.
 Quando veio para nova York Pierre só queria novos ares, conhecer garotas diferentes, sair e se divertir. Mas tinha pequenas fraquezas platônicas, sempre se perdia por garotas que jamais daria certo e mesmo assim sempre insistia.
 - Mas essa parece ser diferente.
O problema é que todas parecem diferentes. Pensou.

Antes de a levar até a uma estação de Metrô, se perdeu no calor de seu beijo, e assim Vênus e Lua se encontram pela primeira vez.

sábado, 7 de setembro de 2013

Platonico

Eu dizia a alguém que nunca mais amaria alguém, seria possível esse ato ?
Em uma noite fria no inverno de setembro, estava eu lá, envenenando minhas memorias e entorpecendo a saudade.
Conversas rotineiras, sem sal, sem graça.
Ao que me parece, ela estava lá o tempo inteiro, mas só notei no mais tardar.
Juntos bebíamos e conversávamos coisas loucas, sem sentindo, algo que pareceu encaixar no vazio que sentia. Sentado olhei em seus olhos verdes e preocupados, algo a afligia e logo descobri.
Ficamos horas sentados comendo, conversando, não estava com pena apenas apreensivo.
Ela parecia gostar dos meus olhos, não me olhava sem que perfurasse minha couraça de ferro que estava a muito me apertando. Me senti leve e apenas deixei ir.
Logo sentamos em um lugar cheio de arvores, e ela tinha cheiro de chicletes de melancia, uma garota que não se encontra muitas vezes na vida. Eu começava frases e ela terminava com uma excelência esplendida a ponto de ser algo que eu teria dito.
O vento meio que sem querer foi  empurrando ela para meu lado e se segurando em meus braços, seu cheiro era hipnotizante, e o frio deixava tudo tão mais lúcido. A tempos não tocava a terra com os pés e a mente. Mas ela com seu jeito destravou tudo que estava aqui.
Não vou esquecer seu sorriso, nem seus traços, nem o que fez pelo pobre leigo em uma noite de inverno.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Observação

Subindo as escadas me sentia observado, corri e tranquei as portas.
 Todas as lampadas estouraram ao mesmo tempo, e vi que entrar em casa tinha sido a pior opção a escolher.
 Entrei em um estado de transe, onde só sentia aquilo chegar perto de mim,
aquilo vibrava horror de si a ponto de fazer meus sentidos todos sentirem ao mesmo tempo, estava confundindo meu cérebro. Eu pensava, mas não agia.
Estava frente a frente com a minha morte e não podia fazer nada.
Forcei minha mente a me obedecer movendo primeiramente meu dedão,  pareciam horas, mas eram milésimos.
 Quando retornei a sã consciência, destranquei a porta e corri o mais rápido que pude.Meus pulmões estavam esgotados e já estava a mais de cinco bairros longe de casa
. Olhei para trás vi um beco escuro...
E lá estava ele me olhando com aqueles olhos grandes e sedentos por medo.
Corri...




Diário de São Paulo 02 de Setembro de 2013

Garoto encontrado morto no bairro Grajaú, só foram encontrados restos e roupas rasgadas em plena avenida Belmira Marin, mas sem testemunhas.
O individuo está registrado no nome de Pedro Souza & Lima, e foi identificado á partir de documentos na carteira da vitima.
A policia investiga o caso, e vizinhança diz se sentir ameaçada com um morte deste porte, sem acusado, sem testemunha, muito estranho. Diz senhor Jorge, morador do Grajaú a 15 anos.

domingo, 1 de setembro de 2013

Aranhas

 Pietro ficou ali imóvel, apenas a observar, o medo fluir em suas veias em mistura da adrenalina tomando conta de seu peito. Uma coisa em como entre nós humanos o medo.
Sua maior fobia o inibiu de agir, a julgar pelo tamanho da cilada que fora pego.
Mais cedo que deveria estar na Augst Avenue, preferia perambular por Nova York e assim virá um homem ser assassinado, perseguindo o assassino do mesmo.
Quase sem fôlego em um beco, onde sacos de lixo, cheios de chorume por toda parte impregnavam o local com um odor horrível, subjulgavam o assassino contra uma extensa parede plana, sem fuga, sem escapatória.  Porque fez aquilo com aquele homem ? - Indagou tentando procurar algum detalhe do suspeito todo mascarado. No meio segundo que ele percebeu o mesmo correndo em sua direção, sua reação foi quase a de uma mosca em uma teia.
- Estou enferrujado, pensou.
- Quase aqui,

Pow...


Solarius Pierre, 18 anos
Assassino Profissional
Lista de mortes, 18900

Lunarius Pietro, 18 anos
Assassino Profissional
Lista de mortes, 18900

Pierre, o que faz aqui ?
Um silencio se fez no meio da surpresa.

O sol se poz.
- Pierre de Solarius.